terça-feira, 28 de abril de 2015

Professores da rede estadual de PE decidem manter greve


votacao
  Professores da rede estadual de Pernambuco votaram pela continuação da greve, em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (27), no Recife. A paralisação foi decretada no último dia 10 de abril para cobrar o reajuste de 13,01% nos salários da categoria, formada por 49.816 profissionais. A assembleia foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação  (Sintepe), cuja diretoria foi chamada para uma reunião com o governo na terça (28).
“A greve continua porque o governo não sinalizou nenhuma proposta concreta para a categoria avaliar. Vamos ter uma reunião amanhã, na Secretaria de Administração, para estabelecer as bases para reiniciar o processo de negociação. Depois, vamos levar o resultado da reunião para a assembleia da quinta e a categoria vai decidir pelos rumos da paralisação”, disse o presidente do Sintepe, Fernando Melo.
O Sintepe considerou positiva a convocação para a reunião, já que o governo tinha anunciado que só entraria em negociação se os professores voltassem às salas de aula. De acordo com o sindicato, 60% dos profissionais aderiram à greve. A rede estadual de ensino tem 650 mil alunos.
A assembleia começou às 15h, no Clube Português, nas Graças, Zona Norte da cidade, e contou com a participação de quase dois mil docentes, segundo o Sintepe, além de estudantes da rede estadual. Os participantes aprovaram a proposta do sindicato pela manutenção da greve, e o cronograma prevê ainda manifestação na quarta (29), no Centro de Convenções, em Olinda; assembleia geral na quinta (30), às 14h, na frente da Assembleia Legislativa de Pernambuco; e outro ato na sexta (1º), na Praça Oswaldo Cruz, ambos no bairro da Boa Vista, na área central da capital, em comemoração ao Dia do Trabalhador.
A greve é para cobrar o cumprimento da Lei do Piso Salarial (11.738/2008), que garante o reajuste de 13,01% a todos os professores da rede e não apenas aos profissionais com nível médio (antigo magistério), que são cerca de 10% da categoria. O reajuste limitado aos professores de nível médio é fruto de projeto do Poder Executivo aprovado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Briga na Justiça
A Procuradoria-Geral do Estado protocolou, em 14 de abril, pedido de ilegalidade da greve dos professores da rede estadual no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). No mesmo dia, o governo baixou a portaria n° 28/2015,  que anunciava o desconto dos dias parados na remuneração dos professores, a possibilidade de rescisão dos contratos temporários e  chance de troca de localização dos servidores lotados nas escolas de referência.
No dia 15, o desembargador Jovaldo Nunes emitiu liminar determinando a suspensão da paralisação, obrigando o imediato retorno dos profissionais às atividades sob pena de multa diária de R$ 30 mil. Nesse mesmo dia, o Sintepe ingressou no TJPE com mandado de segurança contra a portaria do governo. Já no dia 17, a categoria entrou com ação contra a multa.
No dia 22, o mesmo desembargador decidiu aumentar para R$ 80 mil a multa diária ao Sintepe, por descumprir a determinação de encerrar a greve. O sindicato foi notificado dessa decisão na última sexta (24) e o novo valor começou a valer nesta segunda. A categoria ainda avalia se irá recorrer do aumento, por meio de um agravo de instrumento. “Até agora, nenhuma das nossas ações foi julgada, isso mostra a desigualdade na luta. É uma forma de pressionar o movimento grevista”, disse o advogado do Sintepe, Eduardo Pinheiro Costa.
G1/PE

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