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Não foi uma atuação implacável do
Brasil, mas foi acima da média de estreias normalmente marcadas por
tensão. Tudo isso, principalmente, graças aos gols rápidos nos dois
tempos. O mais importante, claro, marcado por Neymar. Mesmo sem brilhar
intensamente, ele foi decisivo. Marcou com finalização precisa e
belíssima para a alegria de Luiz Felipe Scolari, seu protetor nos
últimos dias.
A torcida da capital federal, recheada
por quem viajou de todo o País até Brasília, fez sua parte com os
jogadores. Houve uma ou outra vaia, mas o clima geral foi de apoio a
Neymar, Oscar e companhia. Até o normalmente contestado Hulk, que foi
aplaudido. As exceções ficaram para as autoridades.
Dilma Rousseff, Joseph Blatter e José
Maria Marin foram alvos das arquibancadas antes de a bola rolar. Marin
não teve direito a palavra, mas Blatter falou e foi o primeiro a ouvir
as vaias. Dilma fazia cara de desconcertada com o cerimonial enquanto o
presidente da Fifa questionou “fair play” aos torcedores brasileiros.
Quando foi falar, a presidente ouviu
vaias também. E foi minimalista: apenas declarou aberta a Copa das
Confederações. E assistiu, provavelmente a contragosto, o jogo sentada
ao lado de José Maria Marin.
Foram 840 minutos sem marcar, de camisa
santista e de camisa brasileira. Mas quando a Seleção realmente
precisou, Neymar estava lá. Foi, acima de tudo, rápido e muito preciso. E
acrescentou uma alta dose de capricho a uma finalização belíssima da
entrada da área. Aos 3 minutos de jogo, o Brasil já tinha a vantagem no
placar graças a seu maior talento. Fred fez o papel de pivô, escorou a
bola e abriu passagem. Neymar ajeitou o corpo para a esquerda e, de pé
direito, estufou as redes.
O gol que inaugurava o placar também
deixava a Seleção Brasileira leve. As jogadas fluíam e a partida era
controlada, ainda que não fosse evidentemente um espetáculo de atuação.
Os japoneses mostraram personalidade com a desvantagem no placar. Em
especial Keisuke Honda, camisa 4 e com fama de decisivo.Foram três
conclusões dele ao gol de Júlio César enquanto os japoneses tentavam o
empate já no primeiro tempo. Mas nada que realmente levasse risco a
Júlio, a bem a verdade. Risco mesmo foi o Brasil que impôs nos instantes
finais antes do intervalo. Primeiro em bola cruzada com veneno por
Oscar, da direita, que ninguém arrematou. Depois em um foguete que
partiu da perna esquerda de Hulk, aos 41min, e balançou as redes –
mas por fora. Por fim, em tabela esperta de Neymar com Fred, que fez
Kawashima trabalhar.
No segundo tempo, Brasil decola e repete placar de vitória sobre a França
Bastou o jogo reiniciar em Brasília para
a Seleção mostrar que estava concentrada ao máximo no que tinha de
fazer. Já de cara, dobrou a vantagem no marcador para aliviar qualquer
tipo de tensão, principalmente do público que apoiava e também cobrava.
Em alguns momentos, até vaiava. Mas aplaudiu Paulinho.
Aos 3min, a jogada começou pela
esquerda, com Neymar, e passou pelo pé de Hulk até chegar a Daniel Alves
na direita. Atravessou o campo e voltou para o meio com um bom
cruzamento do lateral direito que encontrou a eficiência de Paulinho. O
ainda volante do Corinthians, mas desejado por vários clubes europeus,
chutou rápido. Kawashima até enconstou, mas não impediu.
A partida seguiu no ritmo de boa parte
do primeiro tempo. A Seleção Brasileira controlou, chegou a se aproximar
da área japonesa, mas não criou oportunidades em série. O Japão contou
com a postura ativa de Maeda, que entrou para tentar o panorama e
arriscou boas finalizações. Júlio César, porém, foi seguro e o Brasil
não tomou gols pela segunda atuação consecutiva.
Felipão aproveitou a vantagem para fazer
substituições. Sacou Neymar, com dores, e Fred, desgastado, para dar
chances a Lucas e também Jô. Ainda trocou Hulk por Hernanes para
observar sua alternativa tática preferida (4-3-3). E o time se mostrou
mais uma vez letal quando teve espaço: Oscar arrancou com velocidade
pela esquerda e deu um presente para Jô. De canhota, ele chutou por
baixo de Kawashima e, pela primeira vez, marcou pela Seleção.
Fonte: Terra
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